domingo, 24 de janeiro de 2010

Anos 80: no padrão dos descobrimentos

Alunos do Liceu nos anos 80 junto ao 'padrão dos descobrimentos' que ficava frente à entrada principal do Liceu na Praia Grande. Foto do Rogério Caixeiro.

O Sr. Monteiro - 2ª parte

José Joaquim Monteiro nasceu em Portugal em 1913 e faleceu em Macau em 1988.
Escreveu diversos livros, entre eles o “Macau vista por dentro,” edição da Imprensa Nacional de Macau, de Dezembro de 1983, “uma obra notável esta, de carácter popular, sim, mas cheia de ritmo, emoção, beleza e poesia”, segundo as palavras proferidas pelo historiador Pe. Benjamim Videira Pires, na apresentação deste livro.
"Personalidade cordial que gerações de jovens do Liceu de Macau conheceram, até porque era o funcionário auxiliar que mais contacto tinha com os alunos, completam-se em Fevereiro do próximo ano (2008), 20 anos que nos deixou. Será uma boa oportunidade para recordarmos aquela singular personalidade que tanto encantou os seus muitos amigos, de todas as idades, com a facilidade com que versejava e compunha quadras e com os seus conhecimentos de Macau e da arte e civilização chinesas, bem como dos usos e costumes dos povos do Celeste Império," assim o descreveu Jorge Rangel.
Outras obras: "De volta a Macau", Tipografia Soi Sang, 1957 (poesia); "História de um soldado", 1963.

O Sr. Monteiro

Bem, inevitavelmente um dia teria que escrever sobre o “pequeno grande homem” que é conhecido de todos os que passaram pelo Liceu nos anos 50/60, e foi o autor dos versos que na semana passada aqui publicámos, neste espaço e que nos deu uma verdadeira lição de gastronomia macaense em quadras, uma obra-prima! Conheciamo-lo por “Senhor Monteiro” e é hoje que vou recordar a saudosa figura do saudoso “Senhor Monteiro”. Figura ímpar o “poeta soldado”da literatura macaense, um perfeito “self-made man” um autodidacta, designação que lhe assenta como uma luva e que nos deixou um legado muito importante! Para além de uma família muito numerosa e respeitada por todos, da qual tive e tenho a honra de ser amigo de alguns dos seus filhos, também eles ilustres Macaenses, diga-se de passagem.
Voltando ao velho Liceu onde estudei, construído nos primeiros aterros da Praia Grande, onde hoje se situa o edifício do Banco da China e os prédios contíguos até ao dito “espaço Sintra” (o único talhão que resta do extinto campo de futebol que mais tarde foi cimentado e passou a ser de basquetebol), nessa época por quem nutríamos um respeito enorme era precisamente pelo Senhor Monteiro, que era o verdadeiro “contínuo” do Liceu. Era ele que nos “pacificava” na ausência dos professores, ou antes das aulas começarem, pois normalmente a balbúrdia estava sempre instalada! Mas bastava a sua presença na sala para não se ouvir nem uma mosca! Usava sempre fato e gravata escura, com um bigodinho rigorosamente bem aparado, tinha um nariz comprido, muito austero, de baixa estatura mas rijo e de cigarrinho sempre aceso na ponta dos lábios.
Era, sem dúvida, uma personalidade distinta no nosso Liceu. Passava horas a fio atrás de uma “muralha de livros” muito espessos e de dicionários e …escrevia… escrevia sem parar…! Escrever era o seu passatempo ou como se diz agora o seu “hobby”, a sua ocupação dos tempos livres. Era de facto um exemplo dignificante, para nós estudantes que só queríamos mesmo era brincar e jogar á bola e pouco ou nada ligávamos aos livros. Naturalmente a nossa curiosidade de miúdos, levava-nos a perguntar-lhe muito respeitosamente, sem o querer incomodar, o que significava aquele aparato todo na sua secretária e por que razão estava sempre acompanhado por tão grandes livros, dicionários e gramáticas…!? Nunca obtive uma resposta imediata.
Viemos todos a obtê-la passado poucos anos quando ao necessitarmos de um livro fomos à biblioteca e aí sim… lá estava a resposta de todo aquele aturado trabalho de pesquisas que o ocuparam por duas décadas pelo menos (ou seria toda uma vida!) à secretária nos corredores do Liceu Nacional Infante D. Henrique – os vários livros que publicou. Deixo-vos com uma recomendação muito sentida, leiam ou releiam sem falta a obra deste generoso e ilustríssimo poeta e escritor português que dedicou praticamente toda a sua vida a Macau desde que aqui chegou como soldado, para cumprir o serviço militar obrigatório e que como disse Camões “para além da morte se libertou” visto que Macau dele nunca se esquecerá e a sua presença está sempre presente. Obrigado “Senhor Monteiro”!
Artigo de Luís Machado, Secretário-geral do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Macaenses, publicado no Jornal Tribuna de Macau em Janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Área envolvente do Liceu ca. 1968

1º plano: largo do Senado vendo-se parte do edifício da Santa Casa, os Correios e o Cinema Apollo;
2º plano: a Escola Comercial, o início da construção do Hotel Lisboa e parte do edifício do ginásio do Liceu;

sábado, 9 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Festa no Liceu em 1967




Fotos de Augusta